A médica hematologista pediátrica americana, Shannon Kelly, veio a Belo Horizonte para apresentar à equipe do ambulatório da Hemominas, bem como aos pesquisadores e acadêmicos da área de Saúde o projeto “Retrovirus Epidemiology Donor Study”/ Falciforme III - REDS III. O estudo REDS III Falciforme tem foco na segurança transfusional e terá duração de sete anos. Financiado pelo “National Heart, Lung, and Blood Institute” (NHLBI) pertencente ao “National Institutes of Health” (NIH), nos Estados Unidos, o REDS Falciforme será a pesquisa com maior número de indivíduos com a doença falciforme já realizada no mundo. Terá participação dos hemocentros de Minas Gerais, São Paulo, Pernambuco e Rio de Janeiro. Shannon Kelly, após visitar a Fundação Hemominas, realizou também visitas informativas aos demais hemocentros brasileiros participantes.

 

Para a médica, pesquisadora e assessora internacional da Fundação Hemominas, Anna Bárbara de Freitas Carneiro Proietti, a aprovação do projeto é uma conquista. “A coorte será de três mil pacientes de doença falciforme participantes. O período de sete anos de coleta de dados vai possibilitar a realização de muitas outras pesquisas de interesse”, afirma Anna Bárbara.

Para o neurologista do ambulatório do Hemocentro de Belo Horizonte da Fundação Hemominas, Eustáquio Claret dos Santos, o REDS III Falciforme trará muitos benefícios para a prática clínica, com dados e informações organizados sobre a doença falciforme. Já Alexandre Simões Barbosa, neuro-oftalmologista, disse que as complicações oftalmológicas dos pacientes com a doença, apesar de bastante comuns, não são tão estudadas e o REDS III Falciforme poderá trazer a oportunidade de estudos de maior relevância na fisiopatologia ocular desses pacientes.

O REDS III Falciforme vai aplicar aos três mil pacientes participantes um questionário detalhado sobre história, complicações e histórico transfusional cujas informações serão registradas em protocolo eletrônico. No primeiro e último ano da pesquisa, também serão realizados vários exames de sangue e outros nesses pacientes participantes com propósito de análise, acompanhamento e coleta de dados para esse cadastro epidemiológico.

Ainda segundo a pesquisadora Anna Bárbara Proietti, os dados coletados no REDS III Falciforme poderão, inclusive, trazer novas perspectivas de estudo que diferenciam o comportamento das complicações da doença e das politransfusões nesses pacientes. “É curioso, por exemplo, que os pacientes com doença falciforme no Brasil tenham mais úlcera de perna que os pacientes dos EUA, e de Gana e Benin, na África. O REDS III Falciforme abrirá novos questionamentos e novas possibilidades de pesquisa que poderão beneficiar pacientes do mundo inteiro”, salientou. 

REDS II

De 2006 a 2010, pesquisadores dos hemocentros de Minas Gerais (Fundação Hemominas), São Paulo (Fundação Pró-Sangue) e Pernambuco (fundação Hemope); da Universidade Federal de Minas Gerais, da Universidade de São Paulo e da Universidade da Califórnia (São Francisco/EUA) realizaram, com finaciamento do U.S. National Heart, Lung, and Blood Institute of the National Institutes of Health (EUA), três estudos para o REDS II com foco no processo de doação de sangue e no acompanhamento de exames positivos para vírus em candidatos a doação. O primeiro estudo coletou dados sobre o risco residual de transmissão de HIV, responsável pela Síndrome de Imunodeficiência Adquirida; o segundo estudo buscou dados para o entendimento sobre as motivações e efetividade das perguntas realizadas na triagem clinica de candidatos a doação de sangue; o terceiro estudo levantou dados sobre doação de sangue e doença de chagas. Esses dados resultantes do REDS II são disponibilizados para pesquisadores da área de interesse pelo U.S. National Heart, Lung, and Blood Institute of the National Institutes of Health (EUA). 

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