Será realizado nesta sexta-feira, 03 de fevereiro, às 11h, no Hemocentro de Belo Horizonte da Fundação Hemominas (Alameda Ezequiel Dias, 321 – bairro Santa Efigênia), o lançamento oficial  das atividades do Teste NAT nos hemocentros brasileiros. O evento terá a presença do secretário de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde, Helvécio Miranda Magalhães Júnior; do secretário de Estado de Saúde de Minas Gerais, Antônio Jorge de Souza Marques, e da presidente da Fundação Hemominas, Júnia Cioffi.

 

O NAT é um teste para detecção de Ácido Nucleico, que já é aplicado nos Estados Unidos, países da Europa, Austrália e Japão. A meta do Ministério da Saúde é levar a metodologia do teste NAT para todos os hemocentros públicos do país objetivando aumentar a segurança nas transfusões. A Fundação Hemominas já está realizando o teste NAT na triagem dos doadores de sangue de suas unidades desde o final do ano passado, atendendo 100% da demanda da hemorrede pública do Estado de Minas Gerais. A Hemominas tem a maior rede hemoterápica do país.

“A Fundação Hemominas foi a primeira rede hemoterápica do país a implantar a metodologia NAT. Nós fomos escolhidos pelo Ministério da Saúde  devido à nossa capacidade  de logística e organização na distribuição de hemocomponentes em Minas Gerais. Com a implantação,  foi possível verificar o que ainda pode melhorar no processo e com isso ajudar o Ministério a implantar o NAT em toda a hemorrede nacional”, afirmou Júnia Cioffi.


Implantação do NAT na Hemominas

Na Rede Hemominas, o NAT está sendo utilizado para detecção de Ácido Nucleico para o HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana) e HCV (Virus da Hepatite C) e objetiva diminuir o risco transfusional causado por esses vírus. Com a implantação do NAT, o período de janela imunológica – que é o tempo em que o vírus permanece indetectável pelos testes, mas existe a possibilidade de transmissão de doenças – é reduzido de 22 para 10 dias, no caso do HIV, e de 35 para 12 dias, no caso do HCV. O NAT investiga a presença do material genético do vírus e não a de anticorpos contra o vírus.

Os equipamentos e o material para a análise das amostras do teste NAT, fornecidos pelo Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos da Fundação Oswaldo Cruz/Bio-Manguinhos (Fiocruz/Bio-Manguinhos), estão instalados no laboratório NAT localizado no Hemocentro de Belo Horizonte (HBH), onde está centralizada a triagem molecular de toda a Rede Hemominas. O processo foi iniciado em maio de 2011, com a montagem e validação dos equipamentos. Em junho e dezembro, foi realizado pela Fiocruz/Bio-Manguinhos o treinamento da equipe que está trabalhando no laboratório NAT. A partir de julho foi iniciada, de forma escalonada nas 20 unidades que fazem coleta de sangue da Rede Hemominas, a triagem dos doadores pelo NAT.

O teste NAT

A farmacêutica bioquímica Milena Batista de Oliveira, responsável pelo laboratório NAT da Hemominas, informa que a triagem do NAT é realizada em todas as doações. Para cada doador é coletado um tubo adicional (5ml). Com a amostra, é feita a pesquisa do ácido nucleico (RNA) dos vírus HIV e HCV. “No Hemocentro de Belo Horizonte, são coletadas cerca de 300 amostras/dia e em toda a Rede Hemominas cerca de 1 000 amostras/dia. Diariamente, são realizadas duas rotinas, com processamento de 552 amostras por rotina. Todo o processo é automatizado.”, explica.

Milena informa que após o término e análise da rotina, os resultados são interfaceados para todas as unidades da Rede Hemominas. No laboratório  NAT  são feitas as análises das curvas (gráficos) geradas para cada amostra e o resultado  é liberado como ‘Detectável ‘ou ‘Não Detectável’ para HIV e HCV. No processo são utilizados três equipamentos: Janus, um pipetador; o MDx, que faz a extração e purificação da amostra do ácido nucleico; e o ABI 7500, para a amplificação do ácido nucleico.

Milena ressalta também que “apesar da introdução desta nova tecnologia de última geração, haverá sempre um risco residual na transfusão que, para o vírus HIV, é de cerca de uma bolsa para cada 1,9 milhão de bolsas transfundidas e, para o HCV, de uma bolsa para cada 1 milhão”.

Implantação do NAT no Brasil

Desde 2004, o projeto para desenvolvimento de Testes de Ácidos Nucleicos (NAT) para a triagem de bolsas de sangue em serviços de hemoterapia é desenvolvido por um consórcio público formado pelo Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos – Biomanguinhos/Fiocruz, Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ e Instituto de Biologia Molecular do Paraná – IBMP, sob coordenação da Secretaria de Atenção a Saúde – SAS do Ministério da Saúde, por meio da sua Coordenação Geral de Sangue e Hemoderivados – CGSH/MS. Atuam ainda, como parceiros deste projeto, a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia, a Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária - Anvisa  e representantes de toda a hemorrede do SUS.

Segundo informações do Ministério da Saúde, para viabilizar a implantação da metodologia NAT nos hemocentros brasileiros, algumas etapas já foram cumpridas:

- Estudo Piloto com a participação do Hemocentro Coordenador de Santa Catarina.

- Estudo Multicêntrico que contou com a participação de quatro Serviços de Hemoterapia, sendo: Santa Catarina (Hemosc); São Paulo – Fundação Pró-Sangue; Rio de Janeiro (Hemorio) e Pernambuco (Hemope).

- Atualmente sete plataformas estão operando na rotina dos Serviços sendo:  Santa Catarina (Hemosc); São Paulo – Fundação Pró-Sangue; Rio de Janeiro(Hemorio); Pernambuco (Hemope); Hemocentro da Universidade de Campinas (Unicamp); Fundação Hemocentro de Brasília (FHB) e Fundação Hemominas.

- As próximas instalações estão sendo programadas entre a Coordenação Geral de Sangue e Hemoderivados, os Serviços de Hemoterapia e Bio-Manguinhos. O Ministério da Saúde irá implantar mais sete plataformas nos Serviços de Hemoterapia de Ribeirão Preto, Ceará, Bahia, Paraná, Mato Grosso do Sul, Amazonas e Pará. Dessa forma com essas 14 plataformas instaladas será possível atender totalmente a hemorrede pública.

- Atualmente já foram testadas cerca de 700 mil amostras na plataforma NAT, com tecnologia genuinamente brasileira.

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