Estabelecendo uma coorte brasileira da Doença Falciforme: identificando determinantes moleculares de resposta a transfusões e determinantes genéticos de aloimunização. Este o trabalho com o qual pesquisadores de Fundação Hemominas, Hemorio, Hemope e Instituto da Criança (ICR) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP estão concorrendo ao Prêmio Abril & Dasa de Inovação Médica.

Em sua segunda edição, o Prêmio, organizado pela Abril Comunicações S.A e Diagnósticos da América S/A (Dasa), com a curadoria da Revista Saúde, “visa reconhecer projetos e profissionais médicos que fazem a diferença nas áreas científica, clínica e assistencial, com potencial inovador capaz de mudar a vida e a saúde das pessoas”, informa o site.

Inscrita na categoria Inovação em genética, a pesquisa Um retrato da anemia falciforme no Brasil envolveu a elaboração de um banco de dados eletrônico pela equipe, com capacidade de centralizar informações clínicas, laboratoriais e de transfusão relacionados à condição, permitindo definir a epidemiologia brasileira da doença falciforme, estabelecer marcadores genéticos responsáveis por complicações e prever o risco de infecções por transfusão. Seus resultados têm reflexos numa população estimada entre 25 mil e 30 mil pessoas com anemia falciforme, além de 7 milhões de portadores da alteração genética que leva ao nascimento de 3.500 bebês com a enfermidade todo ano.

A premiação define cinco categorias concorrentes, cada uma com três finalistas. A Hemominas e parceiros concorrem com outras duas: o processo de premiação conjuga a análise dos jurados e uma votação popular de menor peso. O vencedor de cada categoria será conhecido em uma cerimônia de encerramento, prevista para novembro, com direito a troféu.

A votação popular termina na próxima quinta-feira, dia 19 de setembro. Para votar, acesse: Prêmio Abril & Dasa de Inovação Médica.

Transfusão como terapia

Causada por uma mutação no gene da hemoglobina – a proteína do sangue responsável pelo transporte de oxigênio aos tecidos do organismo –, a doença falciforme tem na transfusão de sangue uma das principais terapias. A questão é que essa estratégia pode gerar também reações adversas de anticorpos e até acidente vascular cerebral. Daí, a importância da pesquisa ao aprofundar conhecimentos que possam prever e controlar tais reações.

Os quase 3 mil pacientes recrutados para participar da pesquisa foram submetidos a entrevista, análise de prontuário médico e coleta de amostra sanguínea para o sequenciamento genômico completo. Outro avanço é que a iniciativa fornece embasamento para futuras pesquisas e, de acordo com os autores, tem potencial para influenciar não apenas a gestão da população falciforme brasileira, mas o tratamento de pacientes em todo o mundo.

Integrando o projeto REDS (Retrovirus Epidemiology Donor Study, do qual a Hemominas participa desde 2007, o objetivo é aumentar a segurança transfusional em pacientes falciformes, doença que é um problema de saúde pública no Brasil e a doença genética de maior incidência no mundo.

Autores: Anna Bárbara de Freitas Carneiro Proietti, Carolina Miranda Teixeira, André Belisário e Tassila Salomon (Hemominas); Carla Luana Dinardo, César de Almeida Neto, Ligia Capuani, Miriam V. Park, Paula Blatyta e Ester Cerdeira Sabino (USP); Dahra Teles e Paula Loureiro (Hemope); Cláudia de Alvarenga Máximo (Hemorio); Shannon Kelly e Brian Custer (EUA).

Gestor responsável: Assessoria de Comunicação Social

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