José Augusto: "Recebi mais de 100 bolsas de hemácias e plaquetas durante meu tratamento" - Fotos: arquivo pessoal


 
Desenvolver atividades de esclarecimento e incentivo à doação e o transplante de medula óssea e à captação de doadores. Este é o objetivo do Dia Estadual do Doador de Medula Óssea - 14 de dezembro - instituído pela Lei 22.198/2016, a que a Fundação Hemominas se une para reverenciar os milhares de doadores que já se cadastraram em suas unidades no estado.
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A data, escolhida para coincidir com a Semana de Mobilização Nacional para Doação de Medula Óssea, foi criada pela lei federal nº 11.930/2009, e durante o período de 14 a 21 de dezembro, comporta diversas ações de mobilização que remetem à sensibilização da população para a causa.

Como destaca a assessora de Captação de Doadores da Hemominas, Viviane Guerra, “é também uma oportunidade para reiterar nosso agradecimento àqueles que se cadastraram durante o ano”. Ela acentuou que uma das ações mais relevantes desta semana é lembrar, a quem já se cadastrou, a importância de manter os dados atualizados no Redome (Registro Nacional dos Doadores de Medula Óssea) facilitando a localização do possível doador.

Viviane Guerra aponta, ainda, que a procura pelo cadastramento de candidatos à doação de medula óssea caiu cerca de 40% em virtude da pandemia e da redução da idade máxima para cadastramento, que passou de 55 para 35 anos. “Por isso, a captação de doadores da Hemominas se preocupa em manter o trabalho de conscientização e esclarecimento sobre os procedimentos para ser um doador de medula óssea, realizando o atendimento em suas unidades e em campanhas externas”.

Cadastro

baner da campanha do Dia Estadual do Doador de Medula Ósseaea
Ilustração: Monique Xavier

Este ano foi feita uma alteração no perfil dos futuros candidatos à doação de medula óssea. A partir de agora, a idade limite para novos cadastrados é de 35 anos.

Qualquer pessoa que tenha boa saúde e não apresente doenças infecciosas ou hematológicas pode se cadastrar como doador voluntário de medula óssea. Para isso, é necessário levar um documento de identidade original, oficial e com foto. No momento do cadastro, o possível doador preenche uma ficha, na qual precisa informar dados como endereço, telefones de contato e e-mail, para que o Instituto Nacional do Câncer (INCA), responsável pelo Redome, possa localizá-lo no caso de compatibilidade com algum paciente.

Além da ficha, será retirada uma pequena quantidade de sangue - 5ml – necessária ao exame de histocompatibilidade (HLA). O exame será responsável por identificar as características genéticas a serem cruzadas com as dos pacientes que aguardam por um transplante. O hemocentro incluirá os dados do candidato à doação no Redome  e quando surgir compatibilidade do doador com algum dos pacientes, novos procedimentos vão garantir a efetivação da doação.

Números

Segundo dados do Redome, atualmente cerca de 650 brasileiros buscam por um doador não aparentado para o transplante de medula óssea. Já em relação aos cadastros, Minas Gerais registra cerca de 590 mil voluntários à doação no sistema. 

No Brasil, o registro já conta mais de 5,4 milhões de cadastros (dados do Redome de agosto/ 2021), sendo o terceiro país em número de cadastros no mundo.
 

José Augusto, e a alegria de saber que o transplante havia sido feliz - Foto: Arquivo pessoal
José Augusto e enfermeiras do Hospital de Base de S.José do Rio Preto, onde fez o transplante, comemoram ao receber a notícia sobre a "pega" da medula - Fotos: Arquivo pessoal

Vitória da solidariedade

O mineiro de Poços de Caldas, José Augusto de Oliveira, 27 anos, foi um dos que dependeram da solidariedade para vencer a luta contra a leucemia. Segundo José Augusto, quando prestou o serviço militar, assistiu a uma palestra da equipe da Hemominas sobre a importância da doação de sangue. “Eu abracei a causa, gostei e pude fazer esse gesto por oito anos. Além de fazer o bem aos outros, me fazia sentir bem”, explica.

Em 2013, ao fazer mais uma doação de sangue, ele teve conhecimento do Redome e decidiu se cadastrar também como candidato à doação de medula óssea. “Sempre deixei meus dados atualizados”, ressaltou.

Sete anos mais tarde, em 2020, José Augusto precisou parar de doar sangue, quanto recebeu o diagnóstico de leucemia: “Comecei a sentir muita fraqueza, desânimo e palidez por vários dias seguidos. Após uma série de exames específicos, recebi o diagnóstico; no dia seguinte, meu tratamento teve início”.

Durante vários meses, ele passou por ciclos de quimioterapia, realizados na Santa Casa de Poços de Caldas. Na semana que antecedeu ao transplante, também precisou fazer sessões de radioterapia. “Todo esse protocolo foi necessário para eliminar completamente a doença e preparar o corpo para receber a nova medula”.

Inicialmente, a irmã dele fez o exame, mas a compatibilidade não era suficiente. A partir daí, foi iniciado o processo de buscas por um doador compatível no Redome. “Na escala de compatibilidade, o ideal é encontrar um doador 10/10, mas não aconteceu. Graças a Deus encontramos alguém bem próximo (9/10) e, felizmente, a pessoa aceitou fazer a doação”, comemora, agradecido.

'Durante meu tratamento, recebi mais de 100 bolsas de hemácias e plaquetas
'Durante meu tratamento recebi mais de 100 bolsas de hemácias e plaquetas. O sangue realmente salva quem está doente", acentua José Augusto - Fotos: arquivo pessoal

O transplante aconteceu em maio deste ano e, depois disso, José Augusto ganhou mais uma data de aniversário. “Minha data de nascimento é 11 de janeiro e agora minha data de renascimento é 31 de maio! Essa data marca o dia em que houve a 'pega', ou seja, o corpo reconheceu a nova medula".

Ele ainda não teve oportunidade de conhecer o doador, já que o Redome estipula um prazo mínimo para compartilhar as informações sobre quem fez a doação. “Espero que assim que passar esse tempo, eu possa conhecê-lo. Essa pessoa me poupou muito sofrimento e desconforto. Sou muito grato pelo sim dela”, emociona-se.

José Augusto deixa um pedido para que as pessoas se cadastrem e abram a possibilidade de serem possíveis doadoras de medula. “Você pode ser um anjo na vida de alguém que está sofrendo. Muitas vezes, o agente de cura de pessoas que precisam do transplante não está na família, e sim, no banco de dados do Redome”.

O transplante de medula óssea beneficia pacientes com produção anormal de células sanguíneas, geralmente causada por algum tipo de câncer no sangue como leucemias e linfomas, além de portadores de aplasia medular, entre outras doenças.

Gestor responsável: Assessoria de Comunicação Social

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