“Inmunohematologia molecular em banco de sangre: experiencia em Córdoba – Argentina”. Este foi o tema apresentado pelo bioquímico e pesquisador argentino, Sebastián Blanco, em palestra feita no Hemocentro de Belo Horizonte (HBH), na última terça-feira, dia 10.

Assistida por pesquisadores e técnicos dos diversos laboratórios da Fundação e transmitida via videoconferência para as demais unidades, o palestrante compartilhou conhecimentos, trazendo a experiência científica de Córdoba quanto à utilização da biologia molecular na imuno-hematologia. Blanco, doutorando em virologia pela Universidad Nacional de Córdoba e ligado à Fundación Banco Central de Sangre (FBCS) de Córdoba, discorreu sobre a genotipagem dos grupos sanguíneos e o relevante registro dos doadores que contempla o mapeamento de variantes do antígeno D, visando à compatibilização entre doadores e receptores e prevenindo o risco de aloimunizar pacientes.

“Estamos tentando criar protocolos e a Hemominas é referência para nós, fonte muito importante de informação. Nosso objetivo é compreender e desenvolver a medicina transfusional personalizada, o que envolve processos como a genotipagem de doadores de sangue e pacientes, e a prática clínica relacionados à medicina transfusional em Córdoba. Assim, são implementadas a identificação de variantes RhD, identificação de antígenos raros e de baixa frequência, bem como a tipificação de antígenos plaquetários humanos para evitar a aloimunização de pacientes”, esclarece Blanco.

Outras experiências desenvolvidas contemplam, segundo o pesquisador, a execução do diagnóstico pré-natal não invasivo; a resolução de casos complexos, como uma ferramenta complementar aos testes sorológicos; a geração de registros de doadores portadores de antígenos de baixa frequência; obtenção de células caracterizadas para utilização na identificação de anticorpos irregulares e na realização das provas de controle de qualidade; implementação da análise molecular de doadores e pacientes para caracterizar o perfil genético e aprimorar a prática clínica.

A FBCS é uma organização não governamental (ONG) sem fins lucrativos, centralizando o atendimento a doadores e pacientes, bem como a produção de hemocomponentes de diversas instituições médicas de Córdoba. Concentra cerca de 45% do total de doadores da Argentina.

Intercambiando saberes

Para Marina Lobato Martins, da Gerência de Desenvolvimento Técnico-Científico da Hemominas, a palestra configura uma oportunidade de compartilhar e conhecer as inovações na área. Avaliando as realidades de Córdoba e Hemominas, ela considera: “Sebastián nos traz um interessante registro sobre a genotipagem dos grupos sanguíneos de doadores e sua aplicação na medicina transfusional. A Hemominas também se destaca pela introdução de testes moleculares para genotipagem de grupos sanguíneos visando ao aumento da segurança transfusional, graças à nossa atuação em pesquisa. A pesquisa é um dos avanços da Fundação”, aponta.

Também, a Responsável de Equipe do Núcleo de Inovações Tecnológicas e de Proteção ao Conhecimento (Inovhemos) da Hemominas, Maria Clara Malta, salienta a importância do evento: “A palestra explicitou a experiência do Banco de Sangue de Córdoba na utilização da biologia molecular para o aumento da segurança transfusional. A exposição de Sebastián Blanco, enfocando os testes moleculares para genotipagem de antígenos eritrocitrocitários e como são feitos, o programa de genotipagem para antígenos plaquetários (HPA) para a constituição de um banco de doadores bem caracterizados, entre outros pontos, são contribuições fundamentais para o pleno desenvolvimento de uma medicina transfusional cada vez mais segura”, conclui.