Partiicpantes do encontro de profissionais dos ambulatórios da Fundação Hemominas

Reunindo participantes de todas as unidades da Fundação no estado, o Encontro reflete uma preocupação da instituição em adequar, manter e atualizar processos desenvolvidos em toda a Rede, visando à maior eficiência e eficácia na prestação de serviços e atendimento ao público.

Na abertura, que ocorreu simultaneamente ao I Encontro dos Enfermeiros Responsáveis Técnicos da Fundação, realizado nos dias 12 e 13 de novembro, em Belo Horizonte, a presidente da Hemominas, Júnia Cioffi, destacou as dificuldades econômicas por que passa o país, de modo geral, afetando todas as instituições e, é claro, a Hemominas. “Apesar desse quadro – ressaltou – mais do que nunca precisamos fazer o nosso melhor: mais com menos, pois o nosso fazer impacta diretamente na qualidade de vida daqueles que atendemos”.

Dra Maisa na abertura do encontros dos profissonais dos ambulatórios
Dra. Maisa Ribeiro: aperfeiçoamento do atendimento e serviços é improtante para a Fundação, para o SUS e para a saúde pública - Fotos: Adair Gomez

Complementando a fala da presidente, a diretora técnico-científica da Fundação, Maísa Ribeiro, considerou: “Nosso trabalho é reconhecido, é de excelência, e isso se deve ao empenho e capacidade de toda a equipe. Prova disso é a receptividade de nossos pacientes nos ambulatórios, além do reconhecimento estadual, nacional e internacional que desfrutamos”.

Os dois dias do evento reuniram psicólogos, enfermeiros, fisioterapeutas, médicos, assistentes sociais, pedagogos, farmacêuticos, dentistas e servidores administrativos, que atuam como multiplicadores em suas respectivas unidades.

Palestras

A programação abordou vários temas ligados aos ajustes internos e às rotinas processadas na Rede Hemominas quanto ao atendimento hematológico e hemoterápico.

A hematologista do Hemocentro de Belo Horizonte (HBH), Denise Zouain, fez uma conceituação da hemofilia (doença que afeta a coagulação do sangue), destacando a importância da profilaxia primária para o paciente e necessidade de sua adesão ao tratamento, bem como o apoio da família nesse processo. Temas que foram amplificados pela enfermeira do Núcleo de Segurança do Paciente e do Doador, Adriana Drumond, e pela hematologista Andrea Gonçalves, do HBH.

Outras abordagens enfocaram a relevância da participação da equipe multiprofissional no atendimento aos pacientes da Fundação, uma vez que esses chegam fragilizados, desconhecendo a doença e suas implicações e requerendo, além do atendimento clínico, uma atenção especial nas áreas de psicologia, assistência social, pedagogia e fisioterapia, entre outras.

Segundo a assistente social, Nadma Dantas Silva, os desafios são muitos: “Conseguir exames e consultas especializadas que não são atendidas nos ambulatórios da Fundação, viabilizar passe livre para garantir aos pacientes o direito ao transporte, hospedagem (famílias veem do interior para a capital, sem ter dinheiro nem para se alimentar) são alguns deles. Também a orientação a pacientes e familiares sobre benefícios previdenciários e sociais quanto à saúde faz parte do nosso cotidiano”, ressalta.

Nessa linha, outra dificuldade é o descompasso entre a fala do profissional e o entendimento do paciente, como aponta a psicóloga Rejane Silveira Santos: “Temos de ter cuidado com a palavras, elas são poderosas. Nossa capacidade de interlocução é posta à prova todos os momentos e isso passa por caminhos como esclarecer sobre a doença e suas limitações e possibilidades de uma vida melhor, acompanhar o tratamento, conhecer os pacientes e suas necessidades, ir além do ‘psi’. Não importa o tempo de vida, mas que ela seja produtiva”, reflete ela.

Gratificação

O pedagogo Davidson Correa, o fisioterapeuta Eder Luciano dos Santos e o técnico de enfermagem Sérgio Ângelo de Souza no Encontro: trocando experiências - Fotos: Adair Gomez
O pedagogo Davidson Correa, o fisioterapeuta Eder Luciano dos Santos e o técnico de enfermagem Sérgio Ângelo de Souza no Encontro: trocando experiências - Fotos: Adair Gomez

 

Atualmente com 50 pacientes em tratamento, o setor de fisioterapia comemora algumas vitórias. Uma delas, informa o fisioterapeuta Eder Luciano dos Santos, refere-se a um paciente que veio da Bahia e chegou na cadeira de rodas: “Após 41 consultas no ambulatório do HBH, saiu praticamente reabilitado, rendendo até estudo de caso que foi apresentado no HEMO 2019”, regozija-se.

A pedagogia é outra atenção fundamental. Segundo o pedagogo Davidson Correa, as demandas vão desde queixas ligadas à educação – os pacientes falciformes, principalmente as crianças, têm comprometimentos físicos e de outras ordens que afetam seu desempenho escolar e até sua permanência no curso. “Muitas vezes os pais desconhecem a realidade escolar dos filhos e temos de lançar mão de todos os recursos para ajudá-los a superar as dificuldades – jogos educativos, oficinas pedagógicas, palestras, enfim, atividades que o ajudem a organizar sua vida escolar de forma autônoma, trabalhando aspectos físicos, emocionais e sociais relacionados ao contexto da escola, visando à construção de suas habilidades cognitivas”.

Para a doutora Célia Maria Silva, “o encontro foi produtivo, possibilitando maior interação entre profissionais de todas as unidades e, de maneira especial, trabalhando a consolidação e padronização de práticas de atendimento aos pacientes, além de oportunizar o esclarecimento de dúvidas e apresentar novas práticas que podem ser incorporadas pela instituição”, salientou.

Ainda, as falas de Claudielena Barbosa (Sete Lagoas) e Sérgio Ângelo de Souza (Ituiutaba) resumem a opinião dos representantes das unidades do interior: “São necessárias estas oportunidades de estreitar vínculos, trocar experiências e aprendizados, repensar processos que podem aprimorar a prática diária.” (Claudielena). E Sérgio: “Encontro muito proveitoso, abordando setores e atividades que eu pouco conhecia – a gente se volta às próprias tarefas e não percebe a dimensão dos restantes”.

Dra. Patrícia CArdoso no encontro de profissionais dos ambulatórios
Dra. Patrícia Cardoso (TEC): conhecimento da Hemominas tem de ser compartilhado interna e externamente - Fotos: Adair Gomez

Também a condutora e coordenadora do encontro, a hematologista Patrícia Cardoso, se manifestou: “Considero fundamental a integração entre áreas e profissionais, discutir casos, padronizar condutas e trocar informações e experiências, pois trabalhamos em rede. A Hemominas é muito rica em conhecimento que precisa ser difundido interna e externamente, principalmente por seus profissionais”.

Entre os demais temas tratados no Encontro, estão: Transfusões em Doença Falciforme e Protocolo de Doppler Transcraniano, abordado pela doutora Célia Maria Silva (HBH); Oportunidades de atividades de pesquisa e de capacitação, apresentado pela gerente do Serviço de Pesquisa, Marina Martins Lobato; A gestão da Qualidade na Fundação Hemominas, a cargo do assessor Diogo Lara; Transplante de medula óssea em anemia falciforme – resultados do Hospital das Clínicas da UFMG, pela doutora Ana Karine Vieira; O papel da Farmácia da FH - Panorama geral com dados estatísticos da Fundação Hemominas, controle de estoque/web coagulopatias, tema exposto pelas farmacêuticas Kátia Nogueira d’Almeida e Andrea Vilela; A experiência da psicologia do HBH como trabalho de saúde mental em parceria com o Hospital Raul Soares, exposto pelas psicólogas Adriana Pereira de Sousa e Alice Oliver.

 

 

 Galeria de Imagens

Gestor responsável: Assessoria de Comunicação Social

Adicionar comentário


Código de segurança
Atualizar