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Refletir sobre temas relacionados ao comportamento humano e social que influenciam na saúde física e emocional dos diversos sujeitos, pensando no bem-estar e qualidade de vida, além de analisar como estas questões interferem diretamente na qualidade das relações de trabalho. Essa é a proposta do ciclo de palestras “Construindo Relações Saudáveis no ambiente de Trabalho” que, nesta edição de 2021, reuniu profissionais de áreas correlatas e servidores para debater o tema Alimentação saudável e Atividade física: a importância para a qualidade de vida.

Realizado pelo Núcleo de Humanização e a Ouvidoria da Fundação Hemominas na última quarta-feira, dia 8, a palestra, no formato online, teve a participação do fisioterapeuta do ambulatório do HBH, Eder Luciano Vaz dos Santos; da nutricionista Bruna Alves Pereira Fagundes Costa e do educador físico Evandro Sant’ Anna Huber.

Conforme destaca a ouvidora Márcia Renata Braga, da Ouvidoria do SUS da Fundação Hemominas e do Hemocentro de Belo Horizonte (HBH), o evento direcionou um olhar cuidadoso sobre a qualidade de vida e saúde dos trabalhadores da Fundação Hemominas: “Um ambiente de trabalho saudável está diretamente relacionado ao bem-estar vivenciado pelos trabalhadores. A promoção à saúde é um tema caro a todos que pensam em um ambiente de trabalho humanizado”, pontuou.

O projeto, que começou em 2020, teve como objetivo inicial promover discussões importantes relacionadas com a prevenção ao Assédio Moral, tendo como norteadores os valores institucionais da Fundação. Dessa forma, foram enfocados violência psicológica, relações tóxicas no trabalho, trabalho em tempo de pandemia e assédio moral.

Nas próximas palestras desta edição, serão abordados temas como "Diversidade no Ambiente de Trabalho", ainda em setembro; " Mindfulness: benefícios para o profissional da Saúde”, em outubro, e “Os impactos das mudanças tecnológicas e sociais promovidas pela pandemia no mundo do trabalho”, em novembro.

Instituição viva

Fisioterapeuta e pesquisador da Fundação Hemominas, Éder Luciano dos Santos atende pacientes de hemoglobinopatias e coagulopatias no HBH.
Refletindo sobre a importância do trabalho na vida de todos, ele mencionou alguns dos desafios trazidos pela pandemia e os ajustes necessários para quem está ou estava em home office: “Tivemos de construir relações de trabalho conosco mesmo, adequar procedimentos e processos na relação com pacientes, com outros servidores da área. A Hemominas é instituição viva, de gente, demanda treinamentos, aprimoramento”, disse.

Entre as alterações nas relações em sua área devido à pandemia, ele cita: “A fisioterapia foi muito requisitada. Com a diminuição da carga de trabalho ‘braçal’, uma vez que o atendimento presencial a pacientes ficou muito reduzido, tivemos de nos reciclar, o que demandou aumento da carga de trabalho intelectual e novos aprendizados. Uma alternativa foi produzir e enviar a eles vídeos com exercícios, orientações.

Para completar, ele recomenda ainda algumas atitudes que podem fazer diferença e melhorar a qualidade de vida: evitar ficar muito tempo sentado, ir e voltar a pé do serviço ou simplesmente pegar o ônibus no quarto ou quinto ponto em vez do mais próximo e subir escadas em vez de elevador, entre outras.

Alimento como aliado, não vilão

Exercicios, alimentação, adaptação às mudanças:  convivendo com a pandemia de forma saudável - Fotos: Adair Gomez
Exercicios, alimentação, adaptação às mudanças: convivendo com a pandemia de forma saudável - Fotos: Adair Gomez

Alimentação saudável e moderação, pensar no alimento de forma saudável. Isso é o que orienta a nutricionista Bruna Alves Pereira Fagundes Costa, que desmistificou muitos dos mitos presentes no dia a dia de quem vive às voltas com sobrepeso, dietas e restrições alimentares.

“O objetivo da Nutrição – diz ela – é cuidar melhor da questão da alimentação, que ficou mais comprometida ainda com a pandemia: em geral, houve um aumento de 5% a 10% de peso. O consumo de bebidas alcoólicas aumentou, a alimentação ficou irregular: tivemos de aprender a lidar com o home office, com a ansiedade, insegurança, o que provocou, entre outras, a necessidade da comida de conforto – o chamado confort food”.  Ela esclarece: “Muitos recorreram à comida consumida na infância (farinha láctea com fruta, por exemplo). Se a pessoa substituísse por qualquer coisa menos calórica, poderia comer um mundo e não a satisfaria, não traria conforto”.

Bruna salienta que a função do nutricionista é ser aliado, organizar a alimentação: “Nutrição é constância. Ter as três principais refeições equilibradas, organizar o lanche, jantar, não excluir nenhum grupo de sua rotina, tomar muito líquido - planejar é fundamental. Não exagerar, comer sem culpa: comer com culpa gera frustração. Ter uma alimentação básica, sem inventar moda: arroz com feijão, fruta não engordam, e o esporádico, só esporádico mesmo. Esporádicos não impactam, comer um pedaço de chocolate de vez em quando (e não um inteiro) satisfaz a necessidade e impede a pessoa de buscar compensação, consumindo maior quantidade de outros alimentos. Não adianta fazer dieta durante a semana e no fim de semana comer tudo o que vê pela frente. O ingesto tem de ser menor do que o gasto. Importante também é ter uma rotina de atividade física”, ensina.

Concluindo, Bruna reitera: “Planejar as refeições, pelo menos para o dia seguinte, se não der conta de planejar para a semana inteira, já é um passo.

idosa fazendo levantamento de pesinhos - Foto: Adair Gomez
Envelhecer com saúde: exercícios orientados e controlados - Fotos: Adair Gomez

Exercício físico: tratamento de saúde

Especialista em fisiologia do exercício e treinamento esportivo, Evandro Sant’ Anna Huber vê o exercício físico como tratamento auxiliar no controle de doenças crônicas e no envelhecimento. Para ele, isso deveria ser o principal plano de saúde que se deveria ter, pois permitiria controlar cerca de 40 doenças como colesterol alto, diabetes, obesidade, pressão alta, entre outras.

Evandro salienta que o comportamento sedentário é a causa do aumento das doenças crônicas no Brasil, as quais, na pandemia, representaram um grande percentual de morte no país.

Um ponto que ele explicitou foi a diferença entre atividade física x exercício físico: a primeira é qualquer atividade que o tira de seu estado de repouso – levantar-se, preparar uma refeição, sentar-se etc – mas só ela não consegue tratar determinada doença. Já o exercício físico programado, controlado, sob a orientação profissional, de 150 a 300 minutos por semana, ou mais vigoroso, de 75 a 150 minutos por semana, de acordo com o condicionamento pessoal, ajuda a combater as doenças crônicas. Vale lembrar que os melhores resultados para a saúde se aliam a uma visão multidisciplinar que inclui fatores como alimentação, acompanhamento médico etc.

Segundo Huber, o envelhecimento começa por volta dos 30, 32 anos. E para ser bem-sucedido nessa transição, “deve-se procurar envelhecer de modo sustentável, com autonomia, começar hoje para colher na frente; a principal carência do idoso é a força muscular e é necessário praticar exercícios de agilidade, mobilidade e equilíbrio”.  E fazer exercícios isolados, uma vez ou outra, não funciona: “Deve-se ter constância, disciplina, encarar a atividade e o exercício físico como um projeto de vida, pois nenhum sucesso que se possa ter em outras áreas justifica um fracasso na saúde”, finalizou.

Gestor responsável: Assessoria de Comunicação Social

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