Em meio ao cenário global trazido pela Covid-19 e ciente da possibilidade da instituição em contribuir para o enfrentamento da pandemia, a Fundação Hemominas uniu-se aos esforços da Secretaria de Estado de Saúde em sua necessidade de realizar o monitoramento efetivo da circulação do novo coronavírus.

Nesse sentido, após articular a colaboração com a Fundação Ezequiel Dias (Funed) - Laboratório Central (Lacen), responsável pelas testagens na rede pública do estado de Minas Gerais, desde o início do mês de abril a Hemominas está envolvida na execução das testagens para o diagnóstico do Sars-CoV2.

Valendo-se das potencialidades de seus laboratórios de Biologia Molecular das áreas envolvidas - Gerências de Laboratórios (GLA) e Desenvolvimento Técnico- Científico (GDT), a Hemominas integra a Redelab Covid-19, seguindo os requisitos da RDC 302 de 2005, nível de segurança NB2 e capacidade técnica e operacional para executar os exames distribuídos pela Funed. Outros três laboratórios públicos - Rene Rachou/Fiocruz, UFMG e Lanagro integram a Redelab.

Testes

O processo começou no início do mês de abril (6/04), quando os servidores envolvidos se reuniram para conhecer e treinar os procedimentos e para ajustamento das equipes, que foram definidas da seguinte maneira: pré-analítica, preparo de amostras, extração, amplificação e pós-analítico.

Quem fala sobre os passos iniciais da empreitada, é a gerente de laboratórios, Milena Batista de Oliveira, farmacêutica-bioquímica e Mestre e Doutora em microbiologia pela UFMG: “A primeira remessa enviada para a Fundação Hemominas pela Funed chegou ao Hemocentro de Belo Horizonte (HBH), no dia 7 de abril. Recebemos 898 amostras. As equipes se organizaram e os processos para a realização dos testes começaram. Foram dias de muito trabalho e intensa participação de todos. Em menos de três dias, mais de 80% das amostras já haviam sido liberadas, e o complemento foi concluído até o dia 14/04, quando recebemos quantitativo de kits necessários à conclusão da primeira remessa de amostras. Essa força tarefa só é de fato forte pois conta com o envolvimento e dedicação das pessoas que estão trabalhando”, afirma Batista. A equipe é composta por 36 servidores de três unidades da Fundação - HBH, Administração Central e Cetebio.

Por sua vez, Fernando Basques, médico patologista clínico e Mestre em Patologia e Propedêutica pela UFMG, considera: “Garantir uma estrutura para promover uma ampla testagem do vírus, amparada em critérios epidemiológicos científicos, pode proporcionar medidas sanitárias efetivas de contenção da pandemia; esse foi o modelo adotado pela Coreia do Sul”.

Sobre a validação dos testes moleculares para diagnóstico do coronavírus, esclarece a gerente de Desenvolvimento Técnico-Científico da Fundação, Marina Lobato, Mestre e Doutora em Microbiologia pela UFMG: “O teste recomendado para o diagnóstico da infecção por SARS-CoV2 é o de reação em cadeia da polimerase em tempo real, com transcrição reversa (rRT-PCR) em amostras clínicas respiratórias de trato superior ou inferior”. Ou seja: um teste que pesquisa a presença do genoma viral na nasofaringe ou pulmão, respectivamente.

Também o farmacêutico-bioquímico Felipe Brito, Mestre em Ciências pela USP e Responsável pelo Laboratório de Histocompatibilidade da Hemominas, avalia: “Realizamos a validação com o objetivo de conseguir estabelecer a testagem em uma plataforma de extração de ácidos nucleicos automatizada para que, dessa forma, pudéssemos aumentar a capacidade de realização dos testes no SUS, além de garantir maior confiabilidade e segurança no processo analítico”, conclui.

O auxílio da Fundação Hemominas foi imprescindível para “zerar” a fila dos exames pendentes para identificação da COVID-19, como informa Marluce Oliveira, diretora da Fundação Ezequiel Dias, no portal da própria instituição: “Além da Funed, a UFMG realizou, até o feriado da Semana Santa, cerca de 500 análises, e a Fundação Hemominas, 700 exames”.