Alunos de Farmácia visitam HBH

Estudantes conheceram processos sobre assistência farmacêutica e funcionamento da farmácia do ambulatório do HBH.

Alunos do curso de Farmácia da Faculdade Pitágoras visitaram, na quarta-feira (21/03), o Hemocentro de Belo Horizonte (HBH) para se inteirarem dos processos farmacêuticos da unidade, localizada na Alameda Ezequiel Dias. Os estudantes também tiveram a oportunidade de conhecer melhor a Fundação Hemominas e se tornarem candidatos à doação de sangue. A visita incluiu, ainda, um tour técnico pelo ambulatório.

Recebidos pelas farmacêuticas Andréa Vilela de Oliveira Santos e Fernanda Alice Tanimoto Duque, os 39 estudantes assistiram a uma palestra sobre assistência farmacêutica e a farmácia do ambulatório do hemocentro. “O objetivo é mostrar o que fazemos no ambulatório, explicar as principais doenças com as quais trabalhamos, os medicamentos e o tratamento dos pacientes”, relatou Fernanda.

A farmácia, cuja equipe é composta por duas farmacêuticas, três auxiliares e um estagiário, é responsável por todos os medicamentos utilizados na Fundação Hemominas, tanto aqueles destinados aos pacientes, como para alguém que sofra algum mal-estar no hemocentro, segundo as funções: dispensação de medicamentos e fatores de coagulação para pacientes; dispensação de fatores de coagulação para hospitais; atendimento da equipe de enfermagem (pacientes e doadores) e manutenção das caixas de urgência.

As doenças tratadas são as hematológicas congênitas, abrangendo as coagulopatias (Hemofilias A e B) e as hemoglobinopatias, como a Doença Falciforme.

Coagulopatias

As coagulopatias são doenças hemorrágicas decorrentes da deficiência de um ou mais fatores de coagulação. As hemofilias e a Doença de von Willebrand são as mais frequentes. Seu tratamento é realizado através da infusão dos concentrados (plasmáticos ou recombinantes) do fator de coagulação deficiente. O Ministério da Saúde é o órgão responsável pela aquisição e distribuição desses medicamentos.

Hemoglobinopatias

Fernanda Duque esclareceu sobre os medicamentos e o tratamento dos pacientes - Fotos: Adair Gomez

Hemoglobinopatias constituem um grupo de doenças do sangue em que ocorre alteração na produção da hemoglobina, sendo as mais comuns representadas pela Doença Falciforme e a Talassemia.

A Doença Falciforme é uma das alterações genéticas mais frequentes no Brasil, hereditária, e causada por uma mudança no gene da hemoglobina. Sua característica principal é a herança do gene que produz um tipo alterado de hemoglobina no sangue, a hemoglobina S (Hb S). Assim, o doente falciforme possui a variante Hb S, ao invés da hemoglobina normal, a hemoglobina A (Hb A), presente nos adultos. Em determinadas condições, principalmente de baixa oxigenação, a Hb S faz com que as hemácias, normalmente em formato de disco e flexíveis, tornem-se rígidas e adquiram o formato de foice, daí o nome falciforme. Com esse formato, as hemácias tendem a se ligar aos vasos sanguíneos e também a outras hemácias e ser destruídas mais facilmente, o que prejudica a circulação do sangue. É comum que ocorra, assim, obstrução dos vasos sanguíneos e, consequentemente, dores intensas, infecções, disfunção e danos irreversíveis a tecidos e órgãos, além de anemia crônica. Seu tratamento exige hidratação oral frequente, evitar extremos de temperatura, vacinas, profilaxia com penicilina (dois meses ao cinco anos), administração de ácido fólico (contínuo) e hidroxiuréia, controle de crises álgicas e transfusão sanguínea, entre outros.

A Fundação Hemominas disponibiliza alguns dos medicamentos essenciais para o tratamento das hemoglobinopatias e os componentes sanguíneos adequados, quando há necessidade de transfusão. Como o atendimento é eminentemente ambulatorial, os pacientes portadores dessas doenças, quando apresentam problemas clínicos e necessitam de atenção médica de urgência, devem procurar outros serviços da rede pública. Esses pacientes também são encaminhados à rede municipal de saúde para acompanhamento clínico de rotina e para realização de exames e avaliações de especialidades, tais como neurologia, oftalmologia, otorrinolaringologia, cardiologia, cirurgia pediátrica e ginecologia.

Segundo os dados do programa de triagem neonatal em Minas Gerais (PTN-MG), a incidência da doença falciforme em Minas Gerais é de 1:1.400 recém-nascidos. A incidência do traço falciforme é de um caso para cada 30 nascimentos.

Gestor responsável: Assessoria de Comunicação Social

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