Funcionárias da Unifenas visitam o Laboratório de Testes de Ácidos Nucleicos (NAT) do HBH

Uma das 13 unidades existentes no Brasil e o único em Minas Gerais, o Laboratório de Testes de Ácidos Nucleicos (NAT) da Fundação Hemominas tem papel fundamental na realização dos testes no sangue doado, assegurando que os pacientes recebam um sangue livre de contaminação.

É o que esclarece o biomédico do Laboratório NAT do Hemocentro de Belo Horizonte (HBH), Adão Rogerio da Silva: “O NAT é imprescindível nos bancos de sangue, pois tem a finalidade de barrar a chamada “janela imunológica”, ou seja, quando um indivíduo infectado por algum agente  apresenta resultados sorológicos negativos, mesmo estando positivo para aquele agente infeccioso naquele momento.  No NAT verificamos a presença ou ausência do material genético dos vírus HIV, HCV (RNA) e HBV (DNA), usando técnica da RT-PCR (Real-timePolymerase Chain Reaction), também chamada Reação em Cadeia da Polimerase que, no nosso caso, é a Tempo Real.   Além da triagem das amostras dos nossos hemocentros, prestamos serviços para instituições particulares.  Nós aqui, no NAT Hemominas, ficamos muito satisfeitos em receber colegas de outros e também do nossos centros, pois sabemos da necessidade de falarmos a mesma língua, de estarmos em sintonia. Muitas vezes, eles nos enviam as suas amostras e recebem os resultados, sem saber o que acontece dentro do nosso laboratório durante o processo”, acentua.

Com tal propósito foi que o NAT Hemominas recebeu, em novembro (4), a visita de duas bioquímicas, funcionárias do banco de sangue do Hospital Universitário Alzira Velano - Unifenas, Anelisa Fernandes Vieira e Flaviane Borges Franco, que vieram conhecer a rotina laboratorial e os processos do NAT, instalado no HBH. Na oportunidade, elas se inteiraram de procedimentos como: organização das amostras dos doadores e acompanharam o processo de extração e purificação do material genético, bem como a preparação da RT-PCR, interpretação crítica dos resultados, até a fase de liberação dos laudos gerados após os exames moleculares.

Para Adão Rogerio, essa interação beneficia a todos: “Foi muito satisfatório recebê-las, e vimos o quanto foi rica nossa troca de experiência; foi possível ver a surpresa das meninas com relação à amplitude da rotina laboratorial do NAT-Hemominas e a tecnologia empregada que, no nosso caso, é de ponta; conseguimos pontuar com elas algumas medidas que podem ser tomadas lá e que nos ajudarão aqui, e o contrário também aconteceu. Acreditamos que foi um ganho mútuo", considera.

Segurança na transfusão

NAT: verifica a presença ou ausência no sangue do material genético dos vírus da aids e hepatites B e C - Fotos: Adair Gomez

Antes de chegar ao paciente, o sangue passa por testes imuno-hematológicos, sorológicos e de Ácido Nucleico (NAT). A legislação brasileira determina que nenhuma bolsa de sangue pode ser transfundida sem a realização de todos os testes moleculares HIV, HCV e HBV.

Desde 2011, quando os NAT foram implantados nos bancos de sangue brasileiros, o laboratório da Hemominas já analisou, até o momento, mais de 1 milhão e 700 mil bolsas de sangue. A rotina laboratorial começa às 7 horas e, por volta das 16, já se começa a liberar os resultados dos testes do sangue doado no dia anterior ao da análise.

O NAT verifica a presença do DNA ou RNA dos vírus antes mesmo de o indivíduo apresentar positividade nos testes sorológicos, ou seja, antes que o indivíduo infectado apresente imunidade contra o vírus, os chamados anticorpos. Exemplificando: sem o saber, o doador pode ter sido infectado dias antes da doação, e a infecção não será detectada na sorologia, devido à ausência de anticorpos. “Aí, entra o NAT”, diz Adão: “Ao processar o sangue doado, realizamos os testes moleculares para a verificação de HIV (Aids); HCV (Hepatite C) e HBV (Hepatite B) e, sem dúvida, conseguimos detectar a presença do vírus, impedindo assim a utilização da bolsa de sangue inadequada. Sem o laboratório NAT, muitas bolsas impróprias para utilização seriam provavelmente transfundidas. E vale a pena lembrar que nossa bolsa de sangue é fracionada, sendo que os hemocomponentes podem ser transfundidos para mais de um paciente”.

No NAT, utiliza-se como material para análise o plasma do doador, colhido em um tubo EDTA com gel separador, no mesmo momento em que a bolsa de sangue é coletada. Trata-se da parte líquida do sangue, clara, e que ainda contém os fatores de coagulação, além das plaquetas.

“O tempo correspondente à janela imunológica varia de acordo com o agente infeccioso; no NAT somos capazes de barrar janelas de até 10 dias de infecção, evitando-se o uso do sangue contaminado. Mas, por enquanto, é ainda na entrevista da triagem clínica que se pode levantar informações sobre situações de risco para janela imunológica. Daí, a importância da sinceridade do doador ao responder as perguntas feitas na triagem”, salienta Adão Rogerio.

Além dos testes realizados no sangue dos doadores da própria Fundação, o NAT processa testes de outros estabelecimentos de saúde particulares: "Acreditamos que o conhecimento gerado em nosso laboratório deve ser compartilhado; recebemos frequentemente profissionais da área da Hemoterapia, além de estudantes de graduação que fazem visitas técnicas ao laboratório e residentes de Medicina", conclui o biomédico.

 

Gestor responsável: Assessoria de Comunicação Social

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