Dengue, Chicungunya, Zika e outras infecções são motivo de alerta

O rigor na triagem clínica é procedimento usual da Hemominas com relação a candidatos à doação e fundamental para resguardar a saúde de quem recebe o sangue doado.

Existem relatos de detecção dos vírus em sangue de doadores e, portanto, é considerada possível a transmissão por transfusão. Ainda são necessários mais estudos para definir a eficácia dessa transmissão, capacidade de infectar os receptores. Há descrição de transmissão de outros vírus correlatos (arbovírus) por transfusão, o que aumenta a preocupação. Além disso, é alto o percentual de pessoas que se infectam com esses arbovírus e não apresentam sintomas. Estima-se que até 80% dos casos de dengue e Zika e 25% de Chikungunya sejam assintomáticos.

Cuidados

Em 10 de dezembro de 2015, a Coordenação Geral do Sangue e Hemoderivados do Ministério da Saúde publicou uma primeira nota técnica informando a necessidade de se adotar critérios quanto à doação de sangue para as arboviroses (dengue, chikungunya e zika) transmitidas pelo Aedes aegypti . Foi definido que em áreas não endêmicas (livres ainda de transmissão das doenças) seria adotado o prazo de 30 dias de inaptidão para pessoas que tivessem viajado para áreas com transmissão ativa (endêmicas). Para todas as três (3) arboviroses foi adotado o prazo de 30 dias após o término dos sintomas para realizar a doação. Em caso de dengue hemorrágico, é necessário aguardar seis (6) meses após a cura.

A partir do dia 22 de dezembro, o critério relativo a viagens para área endêmica foi excluído da orientação nacional; entretanto, os hemocentros poderiam manter, de acordo com suas características epidemiológicas, critérios mais restritivos. A Fundação Hemominas optou por manter o critério de viagens a áreas epidêmicas/endêmicas para as Unidades que se situam em área não endêmica. As unidades situadas em Belo Horizonte, Betim e Uberlândia, por estarem situadas em área de alta incidência de dengue, não adotam esse critério desde 30 de dezembro de 2015.

Importante também salientar que, caso nos quatorze (14) dias após a doação de sangue o doador apresente sintomas de processos infecciosos, ele deverá informar o serviço de hemoterapia no qual doou para que seja possível resgatar eventuais hemocomponentes e/ou acompanhar os receptores. Esse procedimento sempre foi executado pela Fundação Hemominas e faz parte dos requisitos de segurança transfusional.

Não existem ainda no Brasil exames disponíveis para realização em hemocentros, apenas testes para diagnóstico. Daí a importância de candidatos à doação informarem sintomas que possam estar correlacionados a arboviroses como febre, dores articulares e musculares, manchas pelo corpo pruriginosas ou não, vermelhidão nos olhos, dor de cabeça, inchaço, dor de garganta, tosse, vômitos e presença de sangue no sêmen que tenham ocorrido nos 30 dias que antecederam à candidatura à doação.

Para Chikungunya, atualmente, o laboratório de referência para realizar o diagnóstico laboratorial é o Instituto Evandro Chagas, do Ministério da Saúde, localizado no Pará.

É importante ressaltar que não existe qualquer risco para os doadores durante o processo de doação e que é de vital importância manter os estoques de sangue dentro dos limites de segurança. Os candidatos à doação são entrevistados e somente aqueles que apresentam risco clínico e epidemiológico para transmissão de doenças não poderão doar sangue.

Gestor responsável: Diretoria Técnica

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