Renata Cunha e Ana Bárbara - comemoram o Dia Internacional da Mulher doando sangue no HBH - Foto: Adair Gomez

Fortes, lutadoras, prontas para enfrentar qualquer desafio. Cada uma em sua área, tais características revelam o perfil das mulheres que compõem o universo feminino da Hemominas, seja doando sangue, submetendo-se a tratamentos ou contribuindo, com seu trabalho na Fundação, para que os ciclos da vida aconteçam.

Um exemplo é a assistente administrativa Ana Bárbara, nascida em Piranga, na Zona da Mata, doadora de primeira hora: “Há muito tempo pensava em doar sangue, mas sempre tive um certo receio. Agora, atendendo ao convite de uma amiga – a Renata, que também veio doar em benefício de outra pessoa -, deixei o medo de lado e vim. Afinal, é preciso ter coragem pra tudo, inclusive para doar”, diz ela. E reflete: “Hoje estou doando para alguém; amanhã, posso ser uma receptora em potencial”. Segundo Ana, mulher é sinônimo de ousadia, “pois temos que provar todos os dias que somos capazes e boas em tudo que fazemos, na profissão e na vida, em geral”. E sua história comprova isso: “Saí de casa aos 16 anos em busca de independência, do autossustento e crescimento contínuo. E tenho me saído bem”, comemora.

Por sua vez, Renata dos Reis Cunha já doou quatro vezes, sempre para reposição, “mas pretendo doar voluntariamente para ajudar outras pessoas”, afirma. A solidariedade que mostra em doar equipara-se à determinação de conquistar seu espaço no exercício de sua profissão - a construção civil -, na qual trabalha há cinco anos: “Sou rejuntadora de pisos e fachadas, operadora de guincho e minigrua e sempre fui muito bem aceita pelos colegas de sexo masculino. Eles dizem que trabalho melhor do que muitos homens, tenho orgulho do que faço”, destaca Renata. E conclui: “Com a mesma disposição que escalo as alturas dos prédios encaro também a “picada da agulha”.

Cuidar - a quem serve a doação?

 

A paciente Gabriela Victória, de 10 anos, em companhia da mãe Marília Cirilo: a convivência com a anemia falciforme - Foto: Adair Gomez
A paciente do HBH, Gabriela Victória, de 10 anos, em companhia da mãe Marília Cirilo: a convivência com a anemia falciforme - Foto: Adair Gomez
Do alto de seus 10 anos de idade, Gabriela Victória Rodrigues Cirilo tem a resposta: paciente do Hemocentro de Belo Horizonte (HBH), desde que nasceu enfrenta o tratamento de anemia falciforme com a garra de adulto e conta que leva uma vida normal: “Alimento-me normalmente, gosto de brincar de tudo quanto é coisa. Só tenho de tomar cuidado com a piscina – a água não pode ser fria, senão tenho crises de dor”. Na quinta série do ensino fundamental, ela se diz uma boa aluna: a matéria de que mais gosta é português - “leio muito” - salienta. Sobre o Dia Internacional das Mulheres, ela considera que é importante “porque as mulheres são muito importantes”. E tem projetos para o futuro: “Eu quero ser youtuber, ensinar várias coisas como maquiagem, dar dicas de beleza, hidratação de cabelo, pele etc. Adoro maquiagem” – exclama! Os lábios pintados de vermelho que o digam!

 

 

Neusa Teodoro - paciente falciforme em tratamento no HBH - Foto: Adair Gomez
Neusa Teodoro - paciente falciforme em tratamento no HBH - Foto: Adair Gomez

Outra paciente do ambulatório do HBH, Neusa Maria Teodoro também trata da anemia falciforme, desde 1993. Para ela, comemorar a data é uma forma de resgatar a dignidade, o respeito à mulher: “O mundo está tão violento, muitos homens não respeitam as mulheres, batem nelas, maltratam e até as matam. É preciso mais compreensão com as mulheres e seu papel no mundo”, acentua ela. Referindo-se ao atendimento no hemocentro, Neusa diz se sentir respeitada como paciente e mulher: “O tratamento aqui melhorou muito a minha qualidade de vida. Levo uma vida normal, embora a doença restrinja minhas atividades. Assisto muito a TV - sou doida com novelas -, mas gosto mesmo é de dormir””, finaliza.


Servindo saúde

 

Márcia de Oliveira, há 33 anos na Hemominas: o cuidado no processamento do sangue - Foto: Adair Gomez
Márcia de Oliveira, há 33 anos na Hemominas: o cuidado no processamento do sangue - Foto: Adair Gomez

Em 1985 a Hemominas se tornava Fundação. Nesse mesmo ano, a técnica em patologia Márcia Conceição de Oliveira também se tornou “patrimônio” da instituição. “Nessa época, havia mais mulheres na Hemominas”, comenta. Ela começou na área de coleta de doador, passou para a hematologia, trabalhando na prova cruzada e na sorologia, na qual atua hoje. “Foi uma conquista muito grande trabalhar na Fundação e, ao mesmo tempo, desafiador: conciliar trabalho, casa, criação de filhos foi um exercício de sobrevivência. Ainda mais porque tive que me desdobrar entre mais dois empregos: além das quatro horas na Hemominas, trabalhava cinco horas no laboratório de química da Faculdade de Medicina e, nos fins de semana, na coleta de sangue do Hospital das Clínicas para completar o horário. Durante a semana, nos intervalos, comparecia duas vezes por dia a uma empresa particular, onde fazia exames de microbiologia. Tive até que parar de estudar para dar conta do recado, mas graças à oportunidade criei meus dois filhos, construí uma vida equilibrada”, celebra Márcia.

Essa têmpera de lutadora que a levou a se formar mais tarde em Administração de Empresas, permaneceu ativa: fez curso de inglês, dança zumba e pratica musculação, além de incursionar pelas artes marciais. E ainda curte carnaval, pop rock e cinema. “ Sinto-me realizada, plena, feliz de ser e me fazer mulher a cada dia, a cada desafio”, pontua.

Gestor responsável: Assessoria de Comunicação Social

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