O diretor Técnico-científico, Fernando Basques, faz a abertura do Encontro de Ambulatórios da Fundação Hemominas Crédito: Adair Gomez

Os profissionais que trabalham nas 16 unidades da Fundação Hemominas e fazem atendimento em coagulopatias e hemoglobinopatias em todo o estado tiveram oportunidade de discutir a situação do atendimento aos pacientes, com foco na doença falciforme, e assistir palestras de especialistas na área hematológica.

O diretor técnico-científico da Hemominas, Fernando Basques, fez a abertura do evento, pontuando a importância do mesmo na difusão de conhecimentos e na discussão de melhores formas de trabalho, bem como para harmonizar as práticas de atendimento. “Temos os melhores ambulatórios de doença falciforme e hemofilia do país, fazemos nosso trabalho com respeito ao cidadão, mas ainda temos grandes desafios”, destacou o diretor.

A enfermeira Adriana Drumond iniciou os trabalhos, explicando o projeto-piloto do Núcleo de Segurança do Paciente e Doador. Segundo a enfermeira, o Núcleo faz parte de uma exigência do Programa Nacional de Segurança do Paciente, instituído pela Portaria nº 529, de 1° de abril de 2013, do Ministério da Saúde. O programa foi criado para contribuir para a qualificação do cuidado em saúde em todos os estabelecimentos de saúde do território nacional.

Na Hemominas, de acordo com Adriana, o projeto vai contemplar também a segurança do doador, realizando a gestão de risco e prevenindo a ocorrência de incidentes. Inicialmente, os trabalhos do Núcleo estarão focados em organizar os dados existentes e disseminar as informações compiladas; revisar e unificar os documentos e protocolos e desenvolver ações para integração e articulação institucional. O Núcleo contará também com o trabalho da enfermeira Dirlene Viana e coordenação da médica Raquel Delgado.

A segunda palestra foi da médica hematologista Ana Karine, que falou sobre o transplante de medula óssea em pacientes com doença falciforme. Segundo ela, o transplante pode trazer algumas sequelas, como infertilidade e, por isso, a indicação do procedimento deve ser discutida criteriosamente.

Em sequência, o médico cardiologista do Hospital das Clínicas, Christiano Araújo, apresentou seu projeto de doutorado sobre complicações cardiológicas da doença falciforme.

Ainda no primeiro dia do encontro, foram abordados temas como a doença de von Willebrand; a importância do registro e atualização do site Webcoagulopatias; padronização das reações transfusionais na Hemominas, entre outros.

Segundo dia

Na quinta-feira (6/12), o encontro começou enfocando a prevenção do AVE (Acidente Vascular Encefálico) em pacientes com doença falciforme. Segundo a médica hematologista Célia Maria Silva, do ambulatório do Hemocentro de Belo Horizonte, várias medidas são necessárias para evitar o AVE e suas consequências, como tomar as vacinas recomendadas e ir regularmente às consultas médicas.

Dra. Célia também explicou a importância da realização do exame dopller transcraniano nas crianças e adolescentes para um diagnóstico de risco do paciente para o AVE. Em função disso, a equipe de psicologia do HBH produziu um vídeo para esclarecer o paciente e seus familiares sobre como é feito o exame.

Logo após, a pneumologista do Hospital Madre Teresa e coordenadora do Ambulatório de Circulação Pulmonar do Hospital Júlia Kubitschek, Vírgínia Guimarães, palestrou sobre “Hipertensão pulmonar e Doença Falciforme”. Ela explicou o principal conceito de hipertensão pulmonar, diferenciando da hipertensão arterial. Segundo ela, é importante fazer o diagnóstico através da avaliação ecocardiográfica na fase inicial da hipertensão, mas grande parte dos pacientes são assintomáticos. “Quanto mais precocemente a gente ajudar esse paciente, menos mortalidade teremos”, enfatizou a médica.

Dando prosseguimento às palestras, foi a vez da médica obstetra do Hospital Odilon Behrens, dra. Vanessa Maria Fenelon, falar sobre a gravidez em mulheres com doença falciforme. Ela explicou que o acompanhamento obstétrico nessa doença é um desafio, com poucos estudos sobre o tema, e que há grande risco de complicações e prematuridade. Vanessa falou sobre o trabalho desenvolvido no Projeto Aninha, que começou em 2007 e cuida de gestantes portadoras da doença falciforme em Minas Gerais.

O encontro foi finalizado com palestras sobre racismo institucional, sangrias terapêuticas e padronização de protocolos.

O Encontro de Ambulatórios foi realizado com apoio financeiro do NUPAD - Núcleo de Ações e Pesquisa em Diagnóstico da Faculdade de Medicina da UFMG, grande parceiro da Hemominas no acompanhamento e nos testes de pacientes com hemoglobinopatias, cujo exemplo mais comum é a doença falciforme.

Gestor responsável: Assessoria de Comunicação Social

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