Júnia Cioffi, presidente da Fundação Hemominas, durante a abertura do seminário - Foto: Adair Gomez

Considerando o compromisso da Fundação Hemominas com a responsabilidade socioambiental, foi realizado, nessa quinta-feira (02/06), no auditório do Hemocentro de Belo Horizonte, o “Seminário para Apresentação dos Resultados do Projeto de Produção Mais Limpa (P+L)".

Participaram da abertura do evento a presidente da Fundação Hemominas, Júnia Cioffi; a coordenadora do Núcleo Ambiental da Hemominas, Lorena Prezotti; o professor e coordenador do projeto P+ L na Universidade Federal da Bahia (UFBA), Asher Kiperstok; e a representante da Coordenação Geral de Sangue e Hemoderivados do Ministério da Saúde, Márcia Gurgel do Amaral. O seminário contou também com a participação de Lígia Cardoso, da TECLIM/UFBA e do engenheiro José Carlos Araújo, responsável pelo programa de Gerenciamento de Resíduos dos Serviços de Saúde do Ministério da Saúde.

Para a presidente da Hemominas, Júnia Cioffi, a proposta do projeto não é só reduzir o consumo de materiais, mas é muito mais ampla. “Exige a participação ativa das pessoas e, na Hemominas, pude perceber que todos se envolveram de uma forma muito boa. Tenho certeza que os resultados que serão apresentados hoje vão refletir isso”, comemorou.

Márcia Amaral, representante da CGSH do Ministério da Saúde, afirmou que o envolvimento das pessoas nos processos de trabalho também é um dos princípios do SUS. Ela ainda lembrou a importância de todos desenvolverem um olhar de racionalização, para saber lidar com a escassez de recursos naturais e econômicos.

O professor da UFBA e coordenador do projeto, Asher Kiperstok, incentiva a expansão dos conceitos de P+L entre os funcionários - Foto: Adair Gomez

O professor da UFBA e coordenador do projeto, Asher Kiperstok, explicou que os quatro hemocentros participantes da primeira etapa de capacitação do projeto (Ribeirão Preto/SP, Hemopa/PA, Fundação Pró-Sangue/SP e Fundação Hemominas/MG) foram escolhidos por serem instituições reconhecidas por sua excelência. Ele também incentivou que cada instituição gere uma dinâmica própria de trabalho e que consiga expandir os conceitos de P+L entre seus funcionários e para outros lugares. “Devemos utilizar os princípios do projeto, como o de racionalizar o uso dos recursos materiais, não só no ambiente profissional, mas também na vida pessoal”.

Antes da apresentação dos resultados, Lígia Cardoso, pesquisadora da UFBA, detalhou as etapas e a metodologia do processo desenvolvido na Hemominas entre junho de 2015 e maio de 2016. Em agosto de 2015, foi realizado o primeiro treinamento com os 39 servidores indicados para formar os “Ecotimes”. Para Lígia, é importante que os participantes tenham em mente que as oportunidades trabalhadas dentro do projeto associem o ganho ambiental e o ganho econômico.

Apresentação

Foram instituídos seis “Ecotimes”, com a participação de vários setores. Os “Ecotimes” conseguiram identificar 38 oportunidades de melhorias no Hemocentro de Belo Horizonte, sendo que algumas delas foram implantadas durante o desenvolvimento do projeto. Após a apresentação de cada grupo, os participantes do seminário e a diretoria da Hemominas puderam tirar dúvidas e fazer ponderações sobre os trabalhos.

Encerramento

Benefícios ambientais, econômicos, na biossegurança, ergonômicos, segurança do trabalho; redução no consumo de energia e de envelopes, redução na impressão de formulários, embalagens, seringas, entre outros, economia de materiais, adequações ambientais. Estes são os resultados dos projetos apresentados pelos ecotimes no final do seminário, no detalhamento das oportunidades de Produção mais limpa (P+L).

Para a presidente da Hemominas, o comprometimento das equipes na busca de soluções de problemas foi o que mais a sensibilizou: “Esta atividade é mais um trabalho enorme, de qualidade excepcional. Não há um setor na Fundação que não falte pessoal e, no entanto, cerca de duzentas pessoas se envolveram neste processo, trazendo contribuições fundamentais ao desenvolvimento da Fundação. O DNA da Hemominas é de pessoas que são referências no que fazem e parabenizo a disposição de todos em aprender e agregar valores ao que é ensinado. São discussões que geram pensamentos, conhecimentos e que, tenho certeza, cada um vai levar consigo e multiplicar o que ouviram e apreenderam aqui”. Destacando as melhorias já implementadas e outras passíveis de o serem, Júnia ressaltou que, devido a esse momento de crise, algumas delas terão de esperar para se concretizarem, pois “embora mais eficientes, também são mais caras e temos de manter o pé no chão, adequar recursos - devemos começar a partir de articulações pequenas”.

As presenças de representantes do Ministério da Saúde e da Coordenação Geral de Sangue e Hemoderivados também foram alvos de agradecimentos: “Somos privilegiados - temos a companhia de professores especialistas com seus conhecimentos, instigando a Hemominas a prosseguir no processo, a fazer-nos cada vez mais compromissados com o proposto em nossa missão e planejamento estratégico – atendimento aos requisitos de qualidade e socioambientais, produzindo conhecimento e inovação”, disse a presidente, que encerrou o evento comandando uma salva de palmas para todas as equipes.

Avaliações

Fernando Basques, da Diretoria Técnica, também elogiou o envolvimento e eficiência das equipes – “vê-se que eles estão felizes de estar aqui, discutindo suas idéias, apontando soluções”.  E lembrou que, embora não se consiga validar todas as oportunidades de melhorias, as discussões são um grande aprendizado e devem ser encaradas como estímulo e não o contrário. “Às vezes, uma ideia excelente pode não funcionar na prática, de imediato”, disse ele.

Por sua vez, a diretora de Atuação Estratégica da Fundação, Kelly Guerra, assim se manifestou: “O maior ganho foi a aproximação entre os setores, “cada um procurando entender as demandas dos outros e embora muitas das propostas demandem recursos que a Fundação ainda não dispõe, é importante o seu registro para futuras intervenções”.

Lígia Cardoso, pesquisadora da UFBA, detalhou as etapas e a metodologia do processo desenvolvido na Hemominas - Foto: Adair Gomez

As expectativas da professora Lígia Cardoso incluem a definição de responsabilidades pela continuidade das ações de produção mais limpa: coordenação, indicadores de metas e avaliação de resultados e implantação das oportunidades – a curto, médio e longo prazo. E mais: monitoramento dos ganhos ambientais, econômicos; a gestão de consumo de água e energia bem como a disseminação das práticas de P+L em outros setores da Fundação.

Dizendo-se impressionado com o nível de interiorização dos conceitos de sustentabilidade mostrados no evento, o professor Asher Kiperstok (UFBA) ponderou que, a partir do que foi exposto, o próximo passo é montar uma estrutura para gerenciar o processo. “É a ponta do iceberg, algumas intervenções mais simples podem ser feitas; outras necessitam de validação. Requerem definição de responsabilidades internas, pois, ao longo do processo, surgirão outras demandas. O processo tem que ser visto como um projeto integrado. E sugerem questões a serem pensadas em nível da Coordenação de Sangue, envolvendo a formulação de procedimentos de sistema de qualidade a serem implantados em outros hemocentros do país.

José Carlos Araújo, do Ministério da Saúde, resumiu assim sua avaliação: “Refletir sobre o que se disse aqui, repensar cada prática numa área tão importante e de maior fragilidade para as pessoas – a da saúde, e ver o compromisso e dedicação dos profissionais, seu nível de engajamento, trazer o conhecimento adquirido e colocá-lo à disposição dessa nova causa e, além disso, perceber a vibração da Dra. Júnia no reconhecimento da qualidade dos funcionários da Fundação, tudo isso  me deixou gratificado. Peço – não larguem a peteca. Vimos de piso a fator de coagulação. Não dá para se pensar a Hemominas sem passar por energia limpa. É preciso mostrar isso a outros hemocentros e trazê-los para o processo”.

A frase de Felipe Carlos de Souza, do laboratório de Histocompatibilidade, resume bem o espírito do seminário: “Mudanças micro, soluções macro para o nosso mundo”.

Projeto P+ L

O projeto objetiva a racionalização do uso dos diversos recursos necessários para manter as atividades laborais dentro de uma instituição, com a disseminação e apropriação pelos trabalhadores de conceitos de respeito ao meio ambiente na rotina diária, contribuindo para limitar a produção de resíduos ao estritamente necessário para a execução, com qualidade, das diversas atividades laborais.

Este projeto conta com o apoio financeiro da Coordenação Geral de Sangue e Hemoderivados (CGSH) do Ministério da Saúde, e com a participação de especialistas em Produção Mais Limpa da Rede de Tecnologias Limpas (TECLIM) da UFBA.

 

Gestor responsável: Assessoria de Comunicação Social

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