Da esquerda para direita: Maria Candida Queiroz, coordenadora do Programa de Atenção às Pessoas com Doenças Falciforme - Salvador, Bahia. Ivan Magalhães Xavier, gerente do Program de Atenção  Social da Prefeitura - regional Pampulha. Maria Zenó Soares, presidente da Dreminas - Foto: Adair Gomez

Essa foi a temática do segundo dia do Encontro Mineiro de Assistentes Sociais, na capital mineira.

“O Nível de interação entre a equipe multidisciplinar no ambulatório do Hemocentro de Belo Horizonte é muito bom. A atuação das assistentes sociais deve permear outros saberes para responder à problemática da pessoa com doença falciforme”, afirma Wanda Nunes, assistente social da Fundação Hemominas no I Encontro Mineiro de Assistentes Sociais, encerrado no sábado, 20 de junho de 2015, com foco na Doença Falciforme. Wanda relata que, nos ambulatórios da Hemominas, a equipe básica de atendimento aos pacientes inclui os profissionais médico, enfermeiro e assistente social, devido ao comprometimento social dessas pessoas. Para Nunes, um dos grandes problemas encontrados é a não adesão ao tratamento. Ela diz que a doença falciforme é uma doença incapacitante, incurável, com alto grau de sofrimento, mas tratável. Segundo Nunes, adolescentes e jovens ficam bastante vulneráveis em sua autoestima, sem confiança pessoal, e ainda enfrentam a rejeição do mercado de trabalho, pois as crises e internações não são compreendidas... “Nossa preocupação no dia a dia é garantir o entorno da pessoa com doença falciforme para que tenha melhor qualidade de vida”, conclui a assistente social.

Maria Zenó, presidente da Dreminas – Associação de Pessoas com Doença Falciforme e Talassemia, compara a rede de assistência social à rede de pesca: “quando rompe um nó, os peixes se perdem. Para a rede funcionar, tem que ter todos os nós. Essa articulação entre as políticas de saúde e social é muito importante para a pessoa com doença falciforme. E o controle social tem seu papel para propor e cobrar”, afirma. Maria Zenó fez relatos de quando a rede funciona e quando não funciona e é categórica: “com a doença falciforme, quando a rede não funciona, morremos”. Ela apresentou um vídeo em homenagem a várias pessoas que se foram em função das crises relativas à doença falciforme que não puderam ter o pronto atendimento necessário. “São pessoas que precisam do benefício de prestação continuada, 95% são negros, 98% das pessoas com doença falciforme precisam do bolsa família, para quem não tem nada, o salário mínimo é muita coisa... daí a importância da articulação com a assistência social.  Somente em 2014 tivemos 164 óbitos de pacientes em todo o país. O usuário precisa saber que tem direitos, mas o usuário empoderado é usuário chato, conhece e cobra do gestor”, conclui.

Grupo YAIA - Arte e Cultura, de Contagem - Foto: Adair Gomez
Grupo YAIA faz apresentação cultural no encerramento do evento - Foto: Adair Gomez

No encerramento, crianças, jovens e adultos com doença falciforme fizeram uma apresentação cultural que mobilizou todo público e que traz em si a marca da superação.

Gestor responsável: Assessoria de Comunicação Social

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