A conferência da sexta-feira (17/04) do GCIAMT, segundo várias pessoas, foi um presente para os congressistas.
A training coach colombiana, Ana Lucia Cabezas Belalcazar, agitou o auditório com sua palestra motivacional sobre estratégias para aumentar o recrutamento de doadores de sangue. “Mais do que estratégias para recrutar pessoas, vamos conversar sobre temas que fazem parte da nossa vida, do nosso cotidiano. Espero que vocês possam levar esses temas para a vida pessoal e profissional de vocês”, avisa Ana Belalcazar.
Já no início da palestra, ela arranca risadas da plateia com um exercício de habilidade motora. Ela ensinou o método utilizado pelo técnico da seleção colombiana, José Pekerman, para motivar os jogadores a chegar à Copa do Mundo em 2014. “Vocês se lembram do Pekerman, técnico da Colômbia, que encantou o mundo na Copa? Sempre com as mãos concentradas, lembrando-se de seu sonho. Foi como se ele tivesse injetado nos jogadores a esperança, a fé que ele tinha em disputar o campeonato. Ele nunca se distraia, sempre tinha o controle emocional, mesmo quando perdeu para o Chile e... (ela faz o gesto de faca no pescoço). O que quero passar pra vocês é que a mente é maravilhosa. Trabalhando com ela vamos conquistar todos os nossos sonhos. Com esse exercício, nivelamos nossos hemisférios cerebrais, a razão e a emoção. Num dia tenso, de reuniões, repitam como um mantra e verão como o exercício vai mudar o dia de vocês”, ensina.
No decorrer da palestra, a coach enfatizou a importância da atenção humanizada na captação dos doadores. “Promoção da doação de sangue é se mover, é estar perto dos doadores, para conquistá-los. Com a palavra, podemos gerar a magia da inspiração e conquistar o doador. Não podemos coisificar o doador, porque senão ele não volta. Ele percebe o distanciamento afetivo, a falta de interesse pela doação. Dificilmente um doador que for tratado com desleixo vai voltar. Precisamos ter uma visão compartilhada e estarmos atentos até mesmo à linguagem que utilizamos. Temos que lembrar o tempo todo que lidamos com pessoas e não com bolsas de sangue, por exemplo. Nem todo doador tem em mente que a doação de sangue é um compromisso que salva vidas. Muitas vezes o atendimento recebido é que vai fazê-lo voltar. Promoção é sentir o que o outro sente. Busquemos uma experiência memorável, que seja inesquecível pelo atendimento humanizado”, ensina.
Continuando nessa linha de raciocínio, Ana Lucia ressalta a importância da valorização do profissional no recrutamento dos candidatos à doação de sangue. “A equipe de trabalho é a parte mais importante desse processo, o funcionário é a marca da empresa. É necessário se ater a três princípios: responsabilidade, respeito e honestidade. Empregado feliz faz os doadores felizes. O reconhecimento do trabalho é o primeiro passo para a felicidade, é a parte do salário emocional. Lidamos com pessoas de todo jeito. Umas muito boas, outras que precisam de capacitação. Devemos criar meios de atraí-las, sensibilizá-las constantemente, pois o comprometimento vai se perdendo ao longo do tempo. Precisamos reconhecer quando vale a pena investir na pessoa e quando é melhor deixa-la ir. Se sentimos que ela cumpriu o ciclo, melhor ela ir. Se não, devemos inspirá-la a ficar”, orienta.
Ampliando a discussão para a vida, Ana Cabezas também falou sobre a importância de nos conectarmos permanentemente nas coisas positivas para conseguirmos alcançar nossos objetivos e sermos felizes. E mais importante que isso, ela lembrou como a vida é fugaz. “Precisamos colocar o coração nas coisas que fazemos. O exercício serve pra isso, para colocar o coração nas coisas que fazemos. Precisamos ter em mente, todos os dias, que a vida é aqui e agora. Portanto, escolhamos desfrutar. ‘Vou desaprender – aprender e reaprender’. Esse é o ponto de partida para as mudanças, que às vezes, por medo, não queremos fazer. Quando entendemos que a única coisa que temos é o aqui e o agora, eliminamos tudo o que nos faz mal. O passado é parte da minha história, e eu estou no presente, consciente, com visão no futuro, mas firme no aqui e no agora. Pergunte o que vai acontecer amanhã. Eu não sei. A única coisa segura que tenho é esse momento”, afirma.
