Laura Elena Sperling durante palestra sobre Células-tronco e nanomedicina para a engenharia de tecidos

A engenharia de tecidos tem sido uma alternativa para suprir a lacuna causada pelo aumento da expectativa de vida, que se acentuou entre 1900 e 2000.

Numa comparação entre a sobrevivência humana com os efeitos da idade sobre a qualidade do tecido conjuntivo, percebe-se uma queda da qualidade do tecido à medida que a idade da pessoa avança. O desenvolvimento de uma nova ciência para criação de tecidos artificiais é a aposta para o envelhecimento saudável da população.

Foi sobre esse assunto que a bióloga e pós-doutoranda do Laboratório de Hematologia e Células-tronco da Faculdade de Farmácia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e do Instituto de Pesquisa com Células-tronco, Laura Elena Sperling, discorreu durante a palestra “Células-tronco e nanomedicina para a engenharia de tecidos” no Congresso do Grupo Cooperativo Ibero-Americano de Transfusão Sanguínea (GCIAMT).

Para exemplificar os efeitos da engenharia de tecidos para a medicina, ela citou o caso dos transplantes no Brasil. O país é o segundo no mundo em número de transplantes, no entanto, o número de doadores não corresponde ao número de pacientes que precisam do procedimento. De acordo com a pós-doutoranda, “a engenharia de tecidos pretende suprir essa necessidade”.

Durante sua exposição, Sperling relatou as experiências com o camundongo Vacanti, em 1997, que deu origem às pesquisas na área.  O biomaterial, criado em laboratório, associado às células humanas, seria capaz de reconstituir órgãos e tecidos. Além desse caso, a bióloga apresentou outros seis experimentos realizados com células-tronco que se demonstraram resultados bastante otimistas.

O tema “Terapia celular, tecidos e medicina regenerativa” também foi objeto de outras quatro palestras. O Luiz Fernando Bouzas, diretor do Centro de Transplante de Medula Óssea do INCA, falou sobre o exemplo do Redome na formação de redes internacionais para captação de doadores de medula; Dimas Tadeu Covas, hematologista e diretor-presidente da Fundação Hemocentro de Ribeirão Preto, discorreu sobre doença do enxerto contra hospedeiro e o uso das células mesenquimais; Júnia Cioffi, presidente da Fundação Hemominas, mostrou o projeto do Banco de Células e Tecidos Biológicos (Cetebio); e Ana Emília del Pozo, assessora do Centro Regional de Hemoterapia e do Banco Público de Referência Nacional de Sangue de Cordão Umbilical, da Argentina, falou sobre a utilização das terapias celulares como tratamentos padronizados da medicina regenerativa.

Aférese terapêutica 

 

Durante a exposição, o hematologista Ricardo Freire falou sobre o histórico da aférese no mundo
Durante a exposição, o hematologista Ricardo Freire falou sobre o histórico da aférese no mundo - Foto: Adair Gomez

As palestras da mesa redonda complementaram o assunto. O médico hematologista e hemoterapeuta do Hemocentro da UNICAMP, José Francisco Comenalli Marques Júnior, falou sobre eritrocitaférese em anemia falciforme; o médico e vice-presidente de Departamento de Patologia e Diretor do Banco de Sangue da universidade do Texas, Alexander Indrikos, discorreu sobre os princípios e aplicações da aférese terapêutica nos dias de hoje; médico da Fundação Pró-Sangue, Alfredo Mendroni Júnior, falou sobre estratégias em pacientes mau-mobilizadores e o chefe do Departamento de Aféreses da Fundação Pró-Sangue, César de Almedia Neto, falou sobre a indicação e manejo de aférese terapêutica nas síndromes microangiopáticas.

Outro tema abordado durante o Congresso do Grupo Cooperativo Ibero-Americano de Transfusão Sanguínea (GCIAMT) nesta quinta-feira, 16/04, foi aférese terapêutica. Os trabalhos tiveram início com a mini-conferência sobre “Organização e gestão de um serviço de aférese”, ministrada pelo médico hematologista e hemoterapeuta da Fundação Hemominas, Ricardo Freire. Durante sua exposição, ele falou sobre o histórico da aférese no mundo e fez um apanhado sobre o método na Hemominas.

 

Gestor responsável: Assessoria de Comunicação Social

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