O médico hematologista Guilherme Genovez durante mini-conferência sobre transfusão maciça.

Em continuidade aos trabalhos do Congresso do Grupo Cooperativo Ibero-Americano de Medicina Transfusional (GCIAMT) nesta quarta-feira, 15\04, foram discutidos temas relacionados à transfusão sanguínea em situações especiais.

Durante a miniconferência de abertura, o médico hematologista Guilherme Genovez falou sobre transfusão maciça, ressaltando o que a literatura médica traz de novidades na área. Para contextualizar o assunto, o hematologista fez um histórico do manejo clínico da transfusão e demonstrou as mudanças de paradigmas ao longo dos anos, citando, inclusive, as estratégias utilizadas durante a Guerra do Iraque. De acordo com ele, na literatura há recomendações, baseadas nas estratégias de guerra, para coleta, tratamento e estocagem de sangue e seus componentes, mas alerta sobre essas experiências, citando Buda. “É preciso conhecer as normas para saber burlá-las quando necessário”, brinca.

Mesa redonda

A hematologista e diretora geral do Hemocentro de Fortaleza, Luciana Maria de Barros Carlos, atua principalmente na área de hemotransfusão e anemia, sendo esse o foco principal da palestra ‘Critérios restritivos da transfusão em pacientes críticos’ ministrada por ela nesta tarde. De acordo com a  hematologista a “anemia é comum em pacientes críticos em UTI, o que resulta em alto índice de transfusão nesses pacientes”. E não para por aí. “A anemia é a indicação mais comum para transfusão em 90% dos pacientes”, afirma.

Outro assunto discutido durante esta tarde foi a transfusão em pacientes transplantados. O médico e diretor do Banco de Sangue da Universidade do Texas, Alexander José Indrikovs, fez um retrospecto da transfusão, relembrando os métodos utilizados na década de 1950. “Em 1958 se fazia transfusão em pacientes que iam se submeter a transplantes. Já há alguns anos, quando surgiram os imunossupressores, essa prática foi abolida. É bom ressaltar que nem sempre a transfusão é o mais indicado para o paciente”, diz.

Ainda durante a palestra, Alexander Indrikovs mostrou dados do Brasil com relação ao transplante. “O Brasil é o segundo país do mundo em número de transplantes, sendo que os principais órgãos transplantados são fígado, pulmão, coração, rins e pâncreas”, afirma.

Encerrando as palestras da mesa, o médico-diretor do Hemocentro del Valle el Cauca, na Colômbia, Armando Cortés Buelvas, discorreu sobre as estratégias de redução transfusional no paciente cirúrgico. Buelvas focou sua palestra no uso racional de sangue durante as cirurgias eletivas, ressaltando a importância da medicina baseada em evidências. Ele propôs um estudo de caso ao público, que deveria escolher a melhor estratégia cirúrgica para uma paciente, a partir de dados apresentados por ele.

Gestor responsável: Assessoria de Comunicação Social

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