“É importante verificar que em mais de 70% do total de hemocomponentes utilizados em transfusões sanguíneas em Minas Gerais está presente o sangue captado, processado e ofertado pela Hemominas", afirma a presidente da Fundação Hemominas durante a abertura do VIII Simpósio de Transfusão Sanguínea.

"Produzimos insumos para cirurgias e por isso a importância do simpósio, cujo objetivo é discutir sobre a transfusão e sobre a melhor produção deste hemocomponente, a melhor indicação da transfusão e o melhor acompanhamento dos eventos adversos da transfusão. Já realizamos sete simpósios em várias regiões do estado. Hoje, em Belo Horizonte, no VIII Simpósio e no Congresso Ibero-americano, temos quase mil inscritos, e contamos com a presença de pessoas que trabalham em hospitais, nas agências e assistências e que estão diretamente envolvidas com a rotina da prática transfusional”, continua Júnia Cioffi.

Fernando Basques, diretor Técnico-administrativo da Fundação Hemominas, disse que os eventos são um espaço de trocar ideias, agregar, onde as diferenças de cada cantinho de Minas Gerais podem aparecer e estimular a criação de soluções para a padronização das práticas. Para Basques, o Congresso traz palestrantes com vasta experiência em outros países e este conhecimento compartilhado torna menores os desafios da hemoterapia.

Marcelo Froes, coordenador do Hemocentro de Belo Horizonte, ressaltou a importância da realização do simpósio na capital, permitindo a participação expressiva dos profissionais das agências e assistências da região central e sua contribuição na melhoria das práticas cotidianas. 

Durante a manhã, o evento trouxe temas voltados para o uso racional do sangue. Na mesa redonda I sob a moderação do Dr. Paulo Henrique Paiva (Hemominas), Heloisa Gontijo, gerente de captação de doadores da Fundação explicou a importância das estratégias de captação e disse que existe certo receio da população nesse processo. “A doação de sangue ainda é alvo de superstição por falta de informação e por não fazer parte da nossa cultura. Somente com a participação de cada um dos hospitais é que teremos sangue e hemocomponentes para atender, a qualquer momento a doação de sangue,” declarou.

Dr. Elmiro Ribeiro Filho, médico hematologista e responsável técnico da produção e distribuição do sangue da unidade da Hemominas em Uberlândia ficou responsável pelas estratégias de gerenciamento de estoque no Hemocentro. Relatou a importância do funcionamento de rede e sobre o trabalho realizado pelo setor de captação. “As estratégias são fruto de trabalho da equipe de captação”, salientou.

Dirceu Albino, médico do setor de prova cruzada do Hemocentro de Belo Horizonte na apresentação das estratégias de gerenciamento de estoque nas Agências Transfusionais declarou o quanto é difícil prever o estoque. “É importante dimensionar o estoque equalizando oferta e demanda”, exemplificou.

Na mesa redonda II sob a moderação de Dr. Flávio Ribeiro Campos (Hemominas), Laiz Marzano, gerente técnica do Hemocentro de Belo Horizonte deu sequência ao debate com o tema transfusão de urgência/transfusão maciça. Afirmou sobre a necessidade dos protocolos para o bom atendimento ao paciente. “Protocolo não é trilho, é trilha", completou.

Na apresentação sobre a transfusão de hemocomponentes especiais, Dr. Ricardo Olivo, responsável pelo setor de prova cruzada do Hemocentro de Uberaba explicou os processos em que são necessárias as transfusões em casos mais complexos.

Encerrando a manhã de debate com o tema Hemoterapia em situações de contingências, Marcelo Froes, coordenador do Hemocentro de Belo Horizonte, ressaltou a necessidade de um plano para organizar e antecipar os estoques, como foi feito durante a Copa do Mundo de 2013. “O plano de contingências é amplo, mas especifica as ações necessárias para antecipar eventuais necessidades”, afirmou.

O evento segue durante a tarde desta terça-feira.